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Astrônomos aguardam explosão rara que ocorre a cada 80 anos

Por O Globo    Terça-Feira, 15 de Outubro de 2024


Uma animação semelhante ao que acontecerá com T Coronae Borealis
Uma animação semelhante ao que acontecerá com T Coronae Borealis — Foto: NASA/Conceptual Image Lab/Goddard Space Flight Center

Astrônomos ao redor do mundo estão de olho em um evento raro e impressionante: a explosão de uma estrela morta que criará uma "nova estrela" no céu noturno. T Coronae Borealis (ou T Cor Bor), uma anã branca localizada na constelação de Corona Borealis, a 3.000 anos-luz da Terra, está prestes a brilhar e deve rivalizar temporariamente com a estrela Polar. Essa explosão, que ocorre aproximadamente a cada 80 anos, será visível a olho nu por poucos dias.

A última vez que T Cor Bor entrou em colapso foi em 1946. Desde então, ela tem lentamente acumulado matéria de sua companheira, uma estrela gigante vermelha, e está agora à beira de uma nova explosão. Recentemente, os astrônomos notaram uma queda no brilho da estrela, o que é um sinal de que a explosão está próxima. No entanto, ainda não é possível determinar exatamente quando o evento acontecerá. "Sabemos que vai acontecer — é muito óbvio", afirmou Edward Sion, professor de astronomia e astrofísica da Villanova University, à Space.com.

Observações do Telescópio Hubble da gloriosa galáxia M82, repleta de luz estelar branca e nuvens de gás vermelhas. As estrelas estão se formando 10 vezes mais rápido aqui do que na Via Láctea, de acordo com a NASA. — Foto: NASA, ESA e Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
Observações do Telescópio Hubble da gloriosa galáxia M82, repleta de luz estelar branca e nuvens de gás vermelhas. As estrelas estão se formando 10 vezes mais rápido aqui do que na Via Láctea, de acordo com a NASA. — Foto: NASA, ESA e Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

O fenômeno, além de ser um espetáculo para observadores do céu, oferece uma oportunidade científica valiosa. T Cor Bor faz parte de um seleto grupo de dez novas recorrentes conhecidas na Via Láctea, e permite aos astrônomos a chance de estudar de perto como uma estrela anã branca absorve material de sua companheira até explodir.

"O que acontece com essas estrelas anãs brancas geralmente leva tanto tempo que nunca vemos novamente", explicou Elizabeth Hays, cientista do projeto do telescópio Fermi, também à Space.com.

Buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia é a definição de quasar, objeto celeste mais brilhante — Foto: Divulgação
Buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia é a definição de quasar, objeto celeste mais brilhante — Foto: Divulgação

 

Diferente da última explosão, quando a tecnologia de observação era limitada, desta vez os astrônomos estão equipados com uma série de telescópios avançados, incluindo o telescópio espacial de raios gama Fermi, que monitora a estrela diariamente. A expectativa é capturar dados detalhados em diferentes comprimentos de onda assim que a explosão ocorrer, algo inédito. "Estou muito animada para ver como será — há muitas estreias aqui", acrescentou Hays.

Entre os telescópios que estarão de prontidão, além do Fermi, estão o James Webb, Swift, INTEGRAL e o Very Large Array. Eles serão direcionados para T Cor Bor no momento da explosão, capturando dados em raios gama, raios-X e ondas de rádio.

"Há muita cooperação quando algo interessante acontece", comentou Hays, destacando o esforço coordenado da comunidade científica para maximizar o estudo desse evento.

Embora o brilho da explosão será visível a olho nu apenas por alguns dias, os telescópios continuarão a observá-la por meses e até anos. As observações a longo prazo vão permitir que os cientistas acompanhem o desdobramento da explosão, incluindo a interação da nova com o vento da vermelha companheira. Qualquer irregularidade na dissipação do brilho pode revelar mais detalhes sobre os mecanismos por trás dessas explosões.

 

Apesar da violência do evento, Sion tranquiliza: "Está longe o suficiente para não nos afetar".

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