Nascida no município de Brejo de Areia, na Paraíba, Lourdes Barreto é referência global na luta pelos direitos humanos e feminismo. A ativista, que também lidera o movimento de prostitutas no Brasil, foi reconhecida pela BBC como uma das 100 personalidades femininas mais influentes de 2024.
Com uma história marcada pela resiliência, Lourdes cresceu em Catolé do Rocha, na Paraíba, e narra em sua autobiografia, “Lourdes Barreto: Puta Autobiografia”, os desafios que enfrentou desde a infância. Após sair de casa aos 14 anos, em decorrência de violência doméstica e sexual, percorreu diversos estados brasileiros, até se estabelecer em Belém do Pará na década de 1950. Foi nessa cidade que sua militância ganhou força, tornando-a um dos maiores nomes na luta pelos direitos das mulheres e das trabalhadoras sexuais.
A BBC destacou Lourdes como uma mulher que “impulsiona mudanças” na sociedade, ao lado de outras brasileiras notáveis, como a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos. O reconhecimento coroa décadas de trabalho em prol da educação sexual, prevenção ao HIV/Aids, liberdade sexual e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Entre as conquistas de Lourdes, estão a fundação da Rede Brasileira de Prostitutas em 1987, ao lado de Gabriela Leite, e a criação do Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (Gempac), que combate o preconceito e valoriza a identidade das trabalhadoras sexuais. A ativista também foi responsável por instituir o Puta Day, celebrado em 2 de junho como o Dia Internacional da Prostituta.
Além de sua militância, Lourdes Barreto teve atuação política como candidata à vereadora de Belém no ano 2000 e como conselheira estadual e nacional dos Direitos da Mulher. Em 2023, no lançamento de sua biografia, relembrou como enfrentou a exploração nos cabarés em que trabalhou, organizando greves e protestos para conquistar direitos básicos como alimentação e pausas durante o trabalho.
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