Contemplado com uma natureza exuberante e integrante do Parque Nacional Serra do Teixeira, o município de Mãe d’Água desponta com uma grande perspectiva de entrada no Roteiro Turístico do Brasil, a partir de suas cachoeiras, cavernas, pinturas rupestres e sítios arqueológicos diversos, incluindo a catalogação de cemitérios de bexiguentos, ampliando o interesse de pesquisadores, numa junção de ciência e história.
Por determinação do prefeito Jucélio Pereira Moura, foi contratada uma empresa de Campina Grande, cujo titular é Cléber Lima Francisco, com o objetivo de inserir a localidade no Mapa do Turismo, requisito básico para a viabilização de projetos com recursos do Governo Federal. Além disso, a terra do poeta Romano (um dos maiores expoentes da cultura popular), participa do IGR – Instância de Gerenciamento Regional, que agrega seis municípios da Serra do Teixeira, fazendo parte, com dois membros: Alexandre Lucena e Maria da Glória, de sua diretoria.
Na semana que passou, precisamente no dia 10 de abril, as secretarias de Comunicação, Cultura e Turismo, realizaram uma visita de reconhecimento ao Cemitério dos Bexiguentos, no sítio Muquém, onde foram sepultadas, no início do século passado, vítimas da bexiga, o que será motivo de uma inspeção pela equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que já catalogou 25 unidades do tipo, em municípios do estado. Além de valorizar a memória dos falecidos, o grupo pretende estudar os restos mortais para buscar possíveis identificadores ou marcadores das doenças que levaram tantas pessoas à morte.
No final do século XIX e início do século XX, os que contraiam os males infectocontagiosos não eram sepultados nos cemitérios municipais e nem nas igrejas. Ainda doentes, eram obrigados a se isolar dentro do mato para evitar o contágio dos demais e, quando morriam, um doente enterrava o outro. O paleontólogo e arqueólogo Juvandi de Souza Santos, explicou que muitas doenças deixam marcas profundas nos ossos, a exemplo da tuberculose, rubéola, bexiga, lepra, e que, somente com a exumação e escavação, será possível encontrar as reais causas.
Na última sexta-feira, a secretária de Cultura - Rosana Leão e o consultor Cléber Lima, realizaram uma visita técnica a “Casa de Pedra” e “Caverna de Nego Heleno”, dois outros pontos que remetem à história, inclusive com um acervo de pinturas rupestres, também motivo de interesse de vários pesquisadores.
Na próxima terça-feira, 22 de abril de 2025, a partir das 19h, o Auditório Professora Lucinda de Souza Justo será palco do I Fórum Municipal de Turismo de Mãe d’Água, com a participação da sociedade local, com vistas a informação e sensibilização, tendo como palestrantes: Cléber Lima e Artur Fragoso, este último, presidente da IGR Serra do Teixeira.