Diante do que foi revelado a respeito do Plano Punhal Verde e Amarelo, que levou à prisão de quatro militares, sendo um deles um general da reserva, e um policial federal, fica evidente a participação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro e seu candidato a vice na disputa pela reeleição em 2022. Por que, então, a Polícia Federal não incluiu o general na lista daqueles que tiveram a prisão pedida na operação deflagrada nesta terça-feira?
Fontes próximas às investigações atribuem a decisão a uma avaliação de fundamentos técnicos e jurídicos feita pela equpe subordinada ao diretor-geral Andrei Rodrigues.
Esses interlocutores dizem que, nos dois anos em que as investigações estão em curso, não foram poucas as vezes em que a equipe se viu diante da decisão de avançar ou aguardar para tomar medidas em relação a alguns dos investigados.
Rodrigues tem cobrado das equipes que as provas apresentadas para embasar cada fase das apurações tenha qualidade capaz de tornar os passos irrefutáveis por parte das defesas e da classe política, que tenta atribuir o avanço dos inquéritos a perseguição contra a direita.
De acordo com esses observadores, o risco de "errar a mão" não pode ser assumido, sobretudo agora, num momento em que os inquéritos caminham para as conclusões e já há muitos implicados. Esses mesmos interlocutores, no entanto, lembram que nada impede que, com o avanço das investigações, novas prisões sejam pedidas e outras medidas restritivas sejam adotadas, inclusive em relação a Braga Netto, apontado como elo entre aqueles que articulavam o plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes e a cúpula do bolsonarismo.
Faltariam ainda evidências da participação efetiva de Braga Netto no plano, a despeito da informação de que uma das reuniões para alinhar e aprovar o plano ocorreu em sua casa, em 12 de novembro de 2022.
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