Impossível dizer neste momento se o ato bolsonarista pela anistia marcado para a tarde de hoje na Avenida Paulista repetirá o fracasso da manifestação de Copacabana no mês passado. Ou se será um sucesso retumbante.
O que dá para afirmar, baseado numa pesquisa inédita da Quaest, é que a maioria dos brasileiros (56%) defendem que "os envolvidos nas invasões de 8 de janeiro" devem "continuar presos por mais tempo cumprindo suas penas". Apenas 34% acham que eles nem deveriam ter sido presos ou "já estão presos por tempo demais". A maioria, portanto, é contra a anistia.
Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 32% são favoráveis à continuidade da prisão; 36% acham que ninguém deveria ter sido preso; e 25% que essa turma já tinha que estar em liberdade. Em suma, Bolsonaro tem que conquistar o apoio até de uma expressiva faixa dos que votaram nele em 2022.
A pesquisa da Quaest, feita entre 27 e 31 de março com 2.004 pessoas de todo o país, traz outra má notícia para Bolsonaro: a maior parte (49%) acredita que ele participou da tentativa de golpe contra 36% que disseram "não" quando perguntados se o ex-presidente "participou do plano da tentativa de golpe".
Mais: 52% acreditam que o STF foi justo ao tornar Bolsonaro réu no inquérito do golpe (36% acham o contrário).
Finalmente, a pesquisa revela um empate — considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos — entre os que acham que Bolsonaro vai ser preso (46%) e os que acham que ele se safa (43%). Mas neste caso específico os dados revelam, antes de mais nada, torcida, uma vez que 56% dos eleitores de Lula apostam que sim (ele será preso) e 55% dos eleitores de Bolsonaro cravam "não".
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