Por Lauro Jardim - O Globo Terça-Feira, 3 de Dezembro de 2024
A declaração feita por Paulo Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro, de que generais como Braga Netto, Augusto Heleno e Mário Fernandes é que se beneficiariam de um golpe de estado — e não o ex-presidente — incendiou os bastidores das defesas dos outros militares.
Marcus Vinícius Figueiredo, advogado de Fernandes, resolveu contra atacar a fala de Cunha Bueno.
Irritado e sem meias palavras, diz:
— A colocação dele é irresponsável. Ele é advogado de defesa ou promotor? Está atuando como promotor. Como faz isso? Me causa perplexidade.
O general da reserva Mário Fernandes aparece no relatório da PF como o idealizador do plano Punhal Verde Amarelo, que previa não só o golpe, mas a eliminação de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Na sexta-feira, numa entrevista ao Estúdio I, Cunha Bueno disse sobre o relatório final das investigações feito pela PF e enviado na semana passada à PGR por Alexandre de Moraes:
— Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do 'Plano Punhal Verde e Amarelo' e, nessa junta, não estava incluído o presidente Bolsonaro. Não tem o nome dele (Bolsonaro) lá, ele não seria beneficiado disso. Não é uma elucubração da minha parte. Isso está textualizado ali. Quem iria assumir o governo em dando certo esse plano terrível, que nem na Venezuela chegaria a acontecer, não seria o Bolsonaro, seria aquele grupo.