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Análise: talento e banco decidem para o Flu contra o Galo na Libertadores

Por Globo Esporte    Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2024


Fluminense seguiu o lema da torcida de lutar até o fim e agora pode dizer que 90 minutos são muito longos no Maracanã. O gol de Lima, já no final da partida contra o Atlético-MG, é o desafogo de um jogo com cara de Conmebol Libertadores: enroscado, extremamente tático e, nesta quarta-feira, de poucas chances de gol. A vitória por 1 a 0 nasce devido a dois pontos principais: a qualidade ter sobressaído e a estrela do banco de reservas de Mano Menezes.

Basta ver: todos os envolvidos no gol do Fluminense começaram a partida entre os reservas. Marcelo, que substituiu Diogo Barbosa, achou um passe espetacular para iniciar a jogada que chegou em Keno, que entrou no lugar de Kauã Elias. Ele acertou uma sequência de dribles e cruzou para Lima, o substituto de Martinelli, que venceu Everson com uma bela cabeçada. Numa noite difícil — afinal, o Atlético-MG é um bom time e não entregaria um jogo fácil — para Fluminense, o objetivo foi conquistado.

Com a vitória por 1 a 0, o Fluminense pode até empatar no jogo de volta, no próximo dia 25, na Arena MRV, que estará na semifinal da Conmebol Libertadores. De quebra, mantém o retrospecto de não saber o que é perder no Maracanã há 11 jogos, a maior invencibilidade como mandante de sua história em torneios internacionais. Foram quase 55 mil torcedores presentes no estádio.

Arias disputa lance com Everson em Fluminense x Atlético-MG — Foto: Wagner Meier/Getty Images

Arias disputa lance com Everson em Fluminense x Atlético-MG — Foto: Wagner Meier/Getty Images

A vitória nasce de um jogo de momentos. Inicialmente, o Tricolor foi surpreendido com uma mudança tática dos mineiros: Guilherme Arana começou espetado como ponta esquerda e pouco atuou como lateral. Isso fez a marcação desencaixar. Samuel Xavier, Kevin Serna e Martinelli bateram cabeça e a dúvida persistia para uma equipe que não sabia se marcava alto ou abaixava as suas linhas.

Devido a isso, os primeiros 30 minutos foram de um "não" futebol no Maracanã. Sem encaixar o ataque e a defesa, o Fluminense pouco produzia. O Atlético-MG foi melhor neste momento, mas também pouco conseguia concluir com qualidade. Então, ficava um jogo travado, desencaixado e melhor para os visitantes, que deixavam o tempo passar.

 

Defensivamente, o Atlético-MG empilhou jogadores nas últimas linhas. Cinco na última e mais quatro à frente dela. Fechou os espaços e dificultou muito a criação do Fluminense. No fim, ser tão defensivo custou caro para os mineiros. Mas até lá, o plano funcionou.

 

Kauã Elias e Fausto Vera em Fluminense x Atlético-MG — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Kauã Elias e Fausto Vera em Fluminense x Atlético-MG — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Mano Menezes só conseguiu começar a corrigir a sua equipe nos 15 minutos finais da primeira etapa, quando abriu mão das excessivas ligações diretas e inverteu o posicionamento de Jhon Arias e Serna. Dos pés do camisa 21, vieram as melhores jogadas.

No dois contra um, contando com o apoio de Diogo Barbosa, Arias levou a melhor sobre Bruno Fuchs na maioria das vezes e criou ao menos três chances de gol. Na principal delas, Serna furou. Na segunda, Kauã Elias não conseguiu completar. Na terceira, o próprio Arias bateu embaixo da pernas de Everson, mas a bola foi lenta demais.

Na volta do intervalo, dois momentos anímicos mexeram com a partida. Primeiramente, a saída de Thiago Silva, lesionado, que fez com que a volta para o segundo tempo fosse menos intensa do que de costume. Até mesmo o torcedor sentiu. Afinal, a preocupação também é com as rodadas do Campeonato Brasileiro. Antônio Carlos, que entrou bem, foi o responsável por ir para a zaga.

Thiago Silva em atuação em Fluminense x Atlético-MG — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Thiago Silva em atuação em Fluminense x Atlético-MG — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

O jogo seguiu travado e, depois, veio a outra troca anímica. A volta de Germán Cano. Neste momento, o Maracanã explodiu. A entrada de Marcelo também ajudou neste sentido e o Fluminense melhorou. Porém, muito mais pela pressão de quem precisa do resultado — o famoso abafa — do que por empilhar chances. Mas deste momento nasce o maior erro do Atlético-MG: abdicar do ataque.

Gabriel Milito mexeu e colocou a equipe mais para trás. Os contra-ataques não fluíram mais e os jogadores seguiam empilhados na defesa. Virou uma muralha contra o ataque do Fluminense que, se tinha dificuldade para finalizar e criar chances, passou a ter mais volume dentro de campo. Então, valeu a máxima do "tanto bate até que fura".

Lembra que falamos da qualidade sobressair. Valeu o talento de Marcelo, para achar um passe espetacular. O de Keno, para enfileirar bons dribles. E o de Lima, que mostrou presença de área para ser o elemento surpresa que o Fluminense precisava para conseguir a vitória por 1 a 0.

 

No final, venceu quem quis jogar bola na segunda etapa.
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