Compartilhe

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

Por G1    Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2024


A Polícia Federal vê o general Braga Netto como a principal autoridade por trás do golpe de estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder mesmo após a derrota nas urnas em 2022.

Para a PF, Bolsonaro era indubitavelmente o principal beneficiário e comandante da tentativa frustrada, tanto que foi indiciado pelos mesmos crimes que o general – golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa.

O planejamento e a execução do plano, entretanto, foram chefiadas por Braga Netto, na visão de dois investigadores ouvidos pelo blog nesta sexta-feira (22). Na expressão de um deles, o general era "a cabeça pensante" responsável pela "operacionalização do golpe."

Documentos da investigação já tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostraram, por exemplo, que o general abrigou em sua própria residência uma reunião, em 12 de novembro de 2022, na qual investigados discutiram um plano para assassinar, antes da posse, Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes.

Braga Netto, inclusive, integraria o intitulado Gabinete Institucional de Gestão da Crise, a ser criado pelo governo federal após os assassinatos.

O tamanho do poder que o general da reserva concentraria em caso de sucesso do plano golpista leva um investigador da PF a suspeitar que Braga Netto poderia, até mesmo, derrubar Bolsonaro e assumir o comando do futuro governo.

 

No topo da hierarquia, Braga Netto dava respaldo ao golpe junto a militares

 

Um outro fator reforça o papel central de Braga Netto na trama golpista: a influência no meio militar.

General-de-exército, o segundo cargo da hierarquia da força (Bolsonaro chegou a capitão, seis postos atrás), Braga Netto era quem dava respaldo e credibilidade ao golpe junto aos oficiais e outros militares que decidiram aderir ao plano.

E não foram poucos: dos 37 indiciados, 25 são das Forças Armadas, incluindo os ex-comandantes do Exército, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos.

« Voltar

FLAGRANTE

Casal de professores tenta comprar com nomes falsos em loja no Centro de Patos e acabam presos

INVESTIGAÇÃO

Relatório final da Polícia Federal aponta Bolsonaro como líder de organização criminosa

Veja também...

REVELAÇÃO

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

PREJUÍZOS

Governo suspende Operação Carro-pipa em 70 cidades da Paraíba a partir da próxima semana

EM ALTA

Candidatura de Hugo Motta recebe apoio do governador do Piauí e de toda bancada do estado