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União Brasil e Podemos disputam vaga na Mesa da Câmara, em impasse para Hugo Motta

Por Folhapress    Sexta-Feira, 24 de Janeiro de 2025


As negociações de bastidores para a formação da nova cúpula da Câmara dos Deputados incluem um embate por uma das vagas entre o União Brasil, o terceiro maior partido da Casa, e o Podemos, sigla que tem apenas 14 deputados.

Em 1º de fevereiro, a Câmara se reúne para a provável eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência, em substituição a Arthur Lira (PP-AL). Além desse posto, serão renovados outros seis da chamada Mesa -duas vice-presidências e quatro secretarias.

Com o Republicanos na presidência, a primeira-vice ficará com o oposicionista PL, o maior partido da Câmara, com 93 das 513 cadeiras, na figura do atual líder da bancada, Altineu Côrtes (RJ).

A segunda-vice pode ficar com o PP de Lira (quarta maior bancada, com 50 deputados), sendo que o mais cotado até o momento é o deputado Lula da Fonte (PE), de 24 anos, filho do também deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

A Primeira-Secretaria, que é uma espécie de “prefeitura da Câmara”, responsável pela maior parte das funções administrativas da Casa, será do PT de Lula, que tem o segundo maior contingente de deputados, 67. Ocupará o cargo Carlos Veras (PE).

As outras três secretarias (segunda, terceira e quarta) deveriam ser ocupadas, caso fosse seguido o critério do tamanho das bancadas, por União Brasil (59 deputados), PSD e MDB, esses dois últimos com 44 cadeiras cada um.

Ocorre que pleiteia uma dessas vagas o Podemos, partido que reúne bem menos deputados, apenas 14, mas que conta com o trunfo de ter aderido à candidatura de Hugo Motta na primeira hora. O União Brasil tentou até o último momento manter a candidatura à presidência da Câmara do líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), que só desistiu em novembro.

“Fomos um dos primeiros a apoiar [Hugo], teremos a 3ª ou a 4ª secretaria da Mesa. Acordo com Hugo, Arthur [Lira] e Republicanos”, disse a presidente do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP).

A reportagem procurou Elmar, mas não conseguiu contato.

Integrantes do União Brasil dizem descartar a hipótese de que o partido fique de fora da Mesa e que, inclusive, pleiteiam um posto acima das secretarias, a segunda vice-presidência, que é atualmente ocupada pelo PL, mas que teria sido prometida ao PP.

Nesse cenário, segundo relatos, Elmar seria escolhido para ocupar a segunda vice.
Parlamentares do União Brasil disseram que o partido vai exigir participação na Mesa independentemente de acordos firmados por Hugo Motta ou Lira. A reportagem procurou os dois parlamentares, mas não houve manifestação.

No Republicanos, a avaliação é de que, apesar da promessa ao Podemos, será difícil excluir o União Brasil da Mesa.

Uma das saídas é a negociação de outras funções de destaque, como a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a principal da Casa.

Um aliado de Hugo Motta afirma que ainda não há uma conclusão sobre essas negociações, mas diz que, por mais que desagrade o Podemos, é improvável que os maiores partidos fiquem de fora da Mesa.

Na avaliação desse político, o maior impasse a ser resolvido pelo deputado do Republicanos é a relatoria do Orçamento da União, que teria sido prometida ao MDB no ano passado. Isso porque o União Brasil também mira essa vaga e, segundo integrantes do partido, teriam o compromisso do deputado em relação a isso.

Além de angariar prestígio político, os ocupantes de cargos na Mesa são responsáveis por determinados temas administrativos -como a gestão dos imóveis funcionais ou a emissão de passaportes diplomáticos- e ganham direito a mais cargos e verbas.

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