Compartilhe

MPE pede a cassação do prefeito, vice e vereador de Cabedelo

Por G1 Paraíba    Sábado, 1 de Fevereiro de 2025


O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do prefeito de Cabedelo, André Coutinho (Avante), da vice-prefeita Camila Holanda (PP) e do vereador Márcio Silva (União Brasil). O órgão entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) com base em evidências obtidas pela Operação “En Passant”, conduzida pela Polícia Federal e Gaeco.

Em nota, o prefeito André Coutinho informou que está tranquilo com a informação recebida. "Tenho a certeza da idoneidade e honestidade com que enfrentamos todo o processo eleitoral, lado a lado com o povo cabedelense. Confio no trabalho da justiça eleitoral que, após analisar todo o processo, confirmará a inocência da chapa que venceu em todas as regiões da cidade”, disse o prefeito André Coutinho, em nota.

O vereador Márcio Silva, por meio de nota, afirmou que está à disposição para contribuir com o que for necessário e que não compactua com práticas que contrariem a ética e o respeito ao processo eleitoral.

A defesa de Camila Holanda afirmou que, no decorrer do processo, ficará provado que não ocorreram irregularidades.

Em outubro de 2024, a Polícia Federal deflagrou a operação e cumpriu três mandados de busca e apreensão em Cabedelo, com o objetivo de investigar a influência de um grupo criminoso no pleito do município da Grande João Pessoa. Um mês depois, uma nova fase da operação teve entre os alvos o prefeito Vitor Hugo e o prefeito eleito André Coutinho. (leia mais abaixo)

No novo processo, a promotora Rhomeika Maria de França Porto descreve o caso como um abuso de poder econômico nas eleições locais. Ela também menciona conversas encontradas no celular de Flávia Monteiro, uma das investigadas, nas quais foram identificados comprovantes de votos e registros de depósitos via pix. O MPE acredita que esses elementos indicam a possível compra de votos.

O Ministério Público também cita relatos de pessoas que afirmam ter recebido entre R$ 100 e R$ 300, sob a justificativa de terem sido contratadas para trabalhar. No entanto, o MPE não foi convencido por essa explicação.

Além de pedir a cassação dos envolvidos, o MPE solicita também a inelegibilidade de André, Camila e Márcio Silva, além da aplicação de multa.

Vereador Márcio Silva (União Brasil) de Cabedelo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Vereador Márcio Silva (União Brasil) de Cabedelo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Por outro lado, o advogado Walter Agra, que representa André Coutinho e Camila Holanda, afirmou que recebeu com tranquilidade a notícia da ação. Segundo ele, o processo demonstrará que não houve irregularidades.

"Ainda que tivesse existido, isso não teria força para comprometer o resultado do pleito. André teve maioria e venceu em todas as regiões da cidade. Iremos apresentar o mapa da eleição que demonstrará isso", observou Agra, acrescentando que a defesa ainda não foi citada da ação.

O vereador Márcio Silva, por meio de nota, afirmou que está à disposição para contribuir com o que for necessário, que não compactua com quaisquer práticas que contrariem a ética e o respeito ao processo eleitoral, e que confia plenamente no trabalho das autoridades competentes. Ele afirmou que acredita que a apuração dos fatos será conduzida de forma imparcial e célere, garantindo o esclarecimento completo à sociedade.

 

Operação En Passant

No dia 18 de outubro, uma operação da Polícia Federal na Paraíba cumpriu três mandados de busca e apreensão em Cabedelo, com o objetivo de investigar a influência de um grupo criminoso no pleito do município da Grande João Pessoa.

Através de controle de território, os investigados teriam exercido influência no pleito eleitoral e são suspeitos de crimes como constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto, ameaça, lavagem de dinheiro e peculato.

As diligências visavam a obtenção de provas de materialidade e autoria que reforcem os elementos já colhidos durante a investigação policial, objetivando a responsabilização dos envolvidos pelos crimes eleitorais praticados.

Um dos mandados de busca de busca e apreensão aconteceu no setor administrativo da Prefeitura Municipal de Cabedelo.

Operação em Cabedelo cumpre três mandados de busca e apreensão — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Operação em Cabedelo cumpre três mandados de busca e apreensão — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Um mês depois, no dia 19 de novembro, cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva foram cumpridos no município de Cabedelo. A ação foi deflagrada pela Polícia Federal na Paraíba e estavam entre os alvos o prefeito Vitor Hugo e o prefeito eleito André Coutinho.

Na época, por meio de nota, Vitor Hugo registrou que está tranquilo e à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades e negou qualquer envolvimento com os fatos investigados. Já André Coutinho destacou a sua "confiança na Polícia Federal e na Justiça Eleitoral" e se colocou à disposição para contribuir com as autoridades nas investigações. Ele disse esperar que, no tempo oportuno e nos autos do processo, as dúvidas sejam sanadas.

« Voltar

NA PARAÍBA

Nabor participa com Cícero de articulações no interior pensando no Senado em 2026

POLÍTICA

Justiça Eleitoral extingue ação que resultaria na cassação do mandato do vereador Josmá Oliveira

Veja também...

ESCOLHAS

Quais chances reais de o novo papa ser cardeal brasileiro

VIOLÊNCIA

Mulher é morta em ataque a carro no Cariri; crime pode ter sido por engano

EDUCAÇÃO

Educação de Jovens e Adultos (EJA) agora é realidade em Cacimba de Areia