Horas depois de o PSD abrir mão de ter candidato próprio na eleição para a presidência da Câmara, a bancada do União Brasil anunciou a desistência de seu líder, Elmar Nascimento (BA), na corrida pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Com isso, o partido definiu apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB), que não deve ter concorrentes.
O recuo do União estava precificado desde o fim de outubro — a candidatura própria se tornou inviável em razão do apoio de Lira a Motta. Elmar era aliado do atual chefe da Câmara e nutria a expectativa de ser endossado por ele.
O entendimento de que o União acabaria prejudicado ao ficar sem representação na divisão de cargos de comando foi o argumento principal para convencer a cúpula da legenda a abdicar de sua candidatura. A eleição para a presidência da Câmara ocorrerá em fevereiro do ano que vem.
Em troca, o partido espera receber a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, o colegiado mais importante, ou a relatoria do Orçamento. Atualmente, a sigla controla primeira-secretaria, Conselho de Ética e três comissões permanentes: Defesa do Consumidor, Integração Nacional e Desenvolvimento Econômico.
O apoio do União consolida ainda mais a candidatura de Hugo Motta, que conseguiu fechar aliança com 17 partidos, do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Além disso, enterra a possibilidade de outra candidatura competitiva. Para ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno, o deputado do Republicanos precisará de, pelo menos, 257 votos.
Quem também recuou na candidatura nesta quarta foi Antonio Brito, líder do PSD. A decisão foi tomada em reunião com o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab. Para apoiar Motta, o partido pleiteia o comando da Comissão Mista de Orçamento (responsável por elaborar o Orçamento da União) em 2025 e a terceira-secretaria.
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