O pastor argelino Youssef Ourahmane, líder da Igreja Protestante da Argélia, compartilhou sua experiência de prisão e condenação por liderar cultos religiosos, destacando a crescente repressão às minorias religiosas no país. Durante um evento promovido pelo grupo jurídico ADF International, Youssef, que se converteu ao cristianismo enquanto estudante, defendeu a liberdade religiosa e a reabertura das igrejas evangélicas, que foram fechadas à força pelas autoridades argelinas desde 2019.
Youssef, que foi condenado por “adoração ilegal”, relatou a dura realidade enfrentada pelos cristãos na Argélia. “Em 2019, a maioria das igrejas evangélicas em nosso país foram fechadas. Muitos cristãos sentiram que algo havia desaparecido em sua fé cristã porque o prédio fazia parte de sua identidade”, explicou ele, destacando a conexão entre os crentes e suas igrejas.
Mesmo diante da repressão, Youssef permaneceu firme em sua fé e testemunho, afirmando que confia plenamente na soberania de Deus, mesmo ao enfrentar a prisão. “Deus sabe o número de fios de cabelo da minha cabeça, e nenhum cai sem a Sua vontade”, declarou o pastor, que continua a defender a fé cristã no país, apesar das dificuldades.
O caso de Youssef é um entre os cerca de 50 processos movidos contra cristãos na Argélia nos últimos anos. A ADF International, junto com outras ONGs, está trabalhando para dar visibilidade ao seu caso, buscando apoio internacional. Segundo Kelsey Zorzi, diretora de advocacia da ADF, “a advocacia de Youssef em nome da igreja evangélica na Argélia é uma inspiração para todos nós”.
A Argélia, onde 99% da população é muçulmana sunita, tem imposto restrições crescentes à liberdade religiosa. Desde 2019, 43 igrejas evangélicas foram fechadas, muitas sob alegações de violações do código de saúde e segurança, uma justificativa frequentemente usada para impedir o culto cristão no país.
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